quarta-feira, 24 de março de 2010

Léo e as Baratas



Com esse título bem que poderia ser um livro infantil, mas não é!

Leonardo, carioca de 32 anos e redator publicitário, tem o mal hábito de escrever nas horas vagas (que nem eu) e, segundo ele mesmo, um hábito bastante comum dos sedentários ou daqueles que não têm habilidade para mais nada na vida (eu me incluo nos dois, alternadamente, rs).

Ele é o responsável por parte dos meus sorrisos e de muitos leitores de quadrinhos na internet, o seu site www.vidabarata.com é, sem trocadilhos, um barato!

Eu perguntei a ele, numa pseudo-entrevista por e-mail, como surgiu a ideia dos quadrinhos:

“A ideia das baratas eu sinceramente não lembro como surgiu.

Eu sempre gostei de desenhar. Quando criança era apontado como futuro desenhista, porque meus desenhos eram melhores do que a maioria dos garotos do meu colégio. Eu desenhava sem parar, inventava desde trupes de super-heróis, com seus respectivos poderes, até personagens do mundo animal, do tipo “turma do Zé Colméia”. Também elaborava histórias inteiras de um grupo de amigos adolescentes que eu havia criado. Estas sim eram histórias em quadrinhos mesmo, compostas de quadros sequenciais e tudo. Lembro que eu tinha preguiça (e dificuldade) de desenhar os balões, então existiam só os desenhos, com o texto todo na cabeça e, como meu irmão era muito novo, alugava a empregada, mostrando as “obras” e contando as histórias todas, quadro por quadro. Ela era uma santa”.

Tadinha dessa pobre senhora... :)

“Quando fiz meu segundo grau numa escola técnica de publicidade, esse negócio de desenhar sofreu um abalo. Eu conheci gente que desenhava infinitamente melhor do que eu e não quis mais saber dos meus “rabiscos”. Achava que não dava para a coisa. Paralelamente, fui entrando naquela fase de escrever cartas para namorada e via que curtia mesmo o envolvimento com a escrita. Eu sentia que escrevendo eu chegava bem mais perto daquilo o que eu queria expressar, diferentemente do desenho, cujo resultado final geralmente ficava aquém do que eu imaginava.

Praticamente nunca mais desenhei a não ser em cantos de caderno, coisas do tipo. Na faculdade eu cheguei a fazer umas caricaturas de professores (Crianças, não façam isso com os professores!) que até fizeram um sucessozinho, mas é que dei sorte, pois alguns eram bem caricaturáveis. Meus desenhos são limitados.

Acabei vivendo da escrita, como redator publicitário. Mas certas coisas não abandonam a gente, por mais que a gente as abandone. As baratas devem ter surgido naturalmente, a partir de um rabisco qualquer em algum lugar e aí ganharam vida própria. Não lembro quando foi esse momento. O que contribui para eu não lembrar é o fato delas existirem já há muito tempo. Ficavam restritas aos meus bloquinhos de anotações, coisas de fundo de gaveta. Levei muito tempo até decidir criar um blog e “revelá-las””.

Ainda bem que o Léo resolveu “revelá-las” a nós. A família que ele criou é um retrato de muitas famílias humanas, com seus humores, valores e questionamentos. Não tem como lê-las e não pensarmos imediatamente em alguém que conhecemos.

“Hoje estou animado com o resultado. Fico surpreso com alguns elogios espontâneos que pintam. Já teve até comentário do Evandro Mesquita! O número de acessos tem superado minhas expectativas”.

Léo diz que sempre foi leitor de quadrinhos, lia desde almanaques Disney (eu também lia!) até se tornar um consumidor voraz de HQ de super-heróis. Logo, percebemos que de HQ ele entende, mas será que ele sabe algo sobre baratas? Olha a resposta:

“Não sei absolutamente nada sobre baratas. Mal sei sobre as minhas. Rs”

E medo de barata, Léo?

“Quando era mais novo eu tinha muito medo de barata, depois deixei de ter. O problema maior é que elas fazem o estilo “destemidas” e, às vezes, gostam de voar pros nossos cabelos, passear pelo nosso corpo. E isso é meio perturbador. Cada um no seu quadrado, né. E cada qual no seu quadrinho. ;)”

É... até eu que tenho certa intimidade com bichinhos, concordo com o Léo, cada um no seu quadrinho.

Valeu @LeoJoão!

2 comentários:

  1. Trabalho na mesma sala que o Léo João e também sou um leitor cucaracha. As baratas do Léo superaram o Raid, o SBP mas, depois dos elogios do Evandro Mesquita, agora terão que enfrentar o novo Blitz. Na prática, a partir de agora o Léo já deveria ganhar uma grana com a tira. E aí começar a desenhar a Dona Baratinha, com fita no cabelo e dinheiro na caixinha.

    Léo, uma pergunta: você sabe quem envernizou as asas da barata?

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  2. João Ricardo Vieira27 de março de 2010 às 09:59

    Sempre fui um incentivador das baratas... sou fã, irmão e amigo!!! Recomendo as tirinhas das BARATAS A TODOS!!! MUITO BOM!!
    PARABÉNS!!!
    João Ricardo Vieira

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