quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Perfume e Memória



Faz muito tempo eu li “As Meninas” de Clarice Lispector e uma passagem ficou na minha memória: logo no início do livro a autora descreve uma cena em que uma personagem fala de cheiros; naquele dado momento da história o cheiro em questão era o cheiro de pêssegos frescos, que a fazia lembrar de algo em sua vida.

Esta “memória olfativa” não é exclusividade de uma personagem da excelente escritora acima citada, todos nós fazemos links entre um determinado perfume e uma ocasião, pessoas ou lugar.

No meu caso alguns aromas me carregam diretamente a uma época da minha vida:

O perfume de sabonete de erva-doce me lembra o nascimento da minha filha;

O cheiro de alho queimando me lembra o momento em que eu entrava em casa ao chegar da escola;

O aroma da bala Halls de cereja me leva às pistas da discoteca que eu frequentava na adolescência, assim como o perfume “Absinto” da Água de Cheiro;

Sabonete Phebo (o pretinho) me lembra que eu sempre entrava no banheiro de manhã após o banho do meu pai;

E o cheiro de Dove me lembra a época que morei em São Paulo na década de 90.

É possível que haja outros odores que me remeta a diversos lugares e épocas, mas preciso deles, como chaves, pra que minha mente abra essas janelas de memória.

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